Por que existe o Mês do Orgulho LGBT?
Reconhecido internacionamente como Mês do Orgulho LGBT, Junho é o mês em que saímos às ruas, em milhares, para mostrar orgulhosamente que somos muitos, que estamos juntes e que lutamos por nossos direitos.
Combateremos todo discurso de ódio e as dificuldades que é ser LGBT no Brasil não só com nossas mobilizações políticas durante o ano inteiro, mas também com as nossas músicas, cores, purpurinas, vestindo esse tema político, social e cultural, com muito orgulho e alegria nas paradas de Visibilidade e de Orgulho LGBT.
Afinal, é na contramão da vergonha, que compartilhamos a alegria de ser quem somos e de amar quem amamos.
Histórico do Dia do Orgulho LGBT
Celebrado mundialmente em 28 de junho, o Dia do Orgulho LGBT remonta ao protesto que durou 4 dias em 1970 e que resultou na organização da 1° Parada do Orgulho LGBT. Frequentemente pessoas LGBT, marginalizadas pelas sociedade, se reuniam no bar Stonewall Inn, localizado em Nova Iorque.
No entanto, na noite de 26 de junho de 1969, nove policiais invadiram o local, alegando a proibição da venda de bebidas alcóolicas ali, e prenderam funcionários, agrediram frequentadores, como travestis e drag queens , e detiveram 13 pessoas.
A partir desse momento, parte da comunidade LGBT nova iorquina se reuniu e foi protestar nas ruas, o que durou 6 dias. É nesse momento histórico que o ativismo pelos direitos LGBT ganha o debate público e as ruas.
Além disso, o bar se tornou monumento histórico da cidade em 2015 e um ano depois, o ex-presidente Barack Obama decretou-o como primeiro monumento nacional aos direitos dos LGBTQIA+. Até hoje, o local é frequentado por gays, lésbicas e transgêneros.
Para Chopelly Santos, vice-presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA):
“O Dia 28 é importante por lembrar que ser gay, lésbica, travesti, transexual é um motivo de orgulho, ao contrário do que a sociedade impõe. A gente veio ao mundo para ser feliz”
Quem organiza a Parada LGBT em Florianópolis?
Somos uma Comissão Organizadora da Parada, formada por diversas ONGs de Floripa.
Quem estava na Parada?
Pesquisa Vote LGBT+ identifica, de maneira inédita, o perfil da população na Parada de Florianópolis
Para além da celebração da diversidade e da luta por respeito, a 15ª edição da Parada do Orgulho LGBTI+ de Florianópolis foi o palco da mais ampla pesquisa sobre o perfil dessa população já realizada em Santa Catarina e no Brasil.
Dentre os principais resultados obtidos com o relatório, destaca-se o percentual de 52,7% no índice que mede a insegurança alimentar dos domicílios e que expõe a vulnerabilidade social dessa população. A estimativa da organização é que cerca de 70 mil pessoas tenham passado pela 15ª Parada do orgulho LGBTI+ de Florianópolis, no dia 11 de setembro de 2022.
O levantamento traz dados inéditos que permitem uma compreensão ainda mais detalhada sobre as características sociodemográficas, como idade, local de moradia, estado civil, identidades de gênero e sexuais, escolaridade e renda da população que esteve presente na 15ª Parada do orgulho LGBTI+ de Florianópolis.
A pesquisa foi realizada pelo Vote LGBT, organização que atua desde 2014, e que busca aumentar a representatividade das pessoas LGBT+ em todos os espaços da sociedade, principalmente na política, em parceria com a ONG Acontece Arte e Política LGBTI+.
Um dos dados mais preocupantes da pesquisa identificou a insegurança alimentar que afeta a população LGBTI+. O levantamento apontou, por exemplo, que 55,5% precisaram reduzir ao menos uma vez nos últimos três meses a variedade ou a quantidade dos alimentos que compra no mercado, feira ou supermercado. No mesmo período, 39,6% das pessoas entrevistadas se preocuparam com a possibilidade de a comida acabar antes de poderem comprar mais alimentos. Sendo que 32% afirmou ter ficado sem dinheiro para ter uma alimentação saudável e variada nos últimos três meses.
Continue a leitura para saber os principais dados do perfil da população na Parada.
Ou se preferir você pode ir direto fazer o download da pesquisa completo:
Perfil da população LGBTI+
A pesquisa identificou que 23,7% do público presente na Parada tinha entre 20 e 24 anos, 20,5% tinha entre 25 e 29 anos, 19,3% entre 16 e 19 anos, 15,1% entre 30 e 34 anos, 6,4% entre 35 e 39 anos, 5,2% de 40 a 44 anos, 3,2% de 45 a 49 anos, 2,8% de 50 a 54 anos, 2,6% entre 55 e 59 anos e 1% declarou ter mais de 60 anos.
Outro dado importante do levantamento apontou que 37% da população se identifica como bi ou pansexual, 23,5% como gay, 18,5% como heterossexual, 16,1% como lésbica e 1,4% como assexual. Neste mesmo campo, 1,4% das pessoas entrevistadas não soube responder e 2% preferiu não declarar sua sexualidade.
No mesmo levantamento, 63,6% da população entrevistada se declarou como branca, 18,9% se declarou parda, 14,5% como preta, 2,2% como amarela e 0,8% como indígena. Destes, 79,5% se identificam como cisgêneras, ou seja, que se reconhecem no sexo que lhe foi atribuído ao nascer, sendo que 45,9% são mulheres e 33,6% são homens. As identidades trans representaram 12,9% da amostra e estão distribuídas entre não-bináries (7,5%), homens trans (2,8%) e mulheres trans e travestis (2,6%). 7,5% preferiu não declarar sua identidade de gênero.
Também é importante destacar o diagnóstico prévio de algumas condições de saúde, trazido pela pesquisa. Nele, 36,6% das pessoas entrevistadas declararam não ter sido diagnosticada com nenhuma das condições apresentadas. Ansiedade foi a condição de maior incidência, com 33,8%; seguida por depressão, com 19,3%; doenças respiratórias crônicas, com 10%; pressão alta, com 9,2%; Outras Infecções Sexualmente Transmissíveis – ISTs, com 5,2%; Diabetes (exceto gestacional), com 3,8%; HIV / AIDS, com 3,6%; Doenças autoimunes, com 2,8%; Doenças cardiovasculares, com 2,6%; e Câncer, com 1,2%.
Por fim, o levantamento também questionou se essa população já havia sofrido algum tipo de violência. A maioria, 54,3%, relatou já ter sofrido LGBTIfobia; 31,8% afirmou ter sofrido com os machismos; 19,5% com outras formas de preconceito/discriminação; e apenas 17% relatou não ter passado por nenhuma dessas situações.
Quer ajudar a causa LGBTI+? Se junte a nós!
Agora que você sabe sobre o que é ser LGBTI+ no Brasil e sobre a importância das políticas públicas para nossa comunidade, você pode fazer integrar nosssa equipe de voluntários, trabalhando em prol dos direitos LGBTI+. Se você não tiver tempo disponível, faça uma doação recorrente.
Você pode contribuir com a comunidade LGBTI+ e auxiliar na efetivação dos nossos direitos, já pensou?
O que é Diversa Cultural LGBTI+?
Esse é o principal evento de manifestação cultural que nós, da Acontece Arte e Política LGBTI+, organizamos.
Nela trazemos inúmeras expressões artísticas desenvolvidas por pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais sobre temas relacionados às identidades e manifestações político-corporais, promovendo e divulgando a potência cultural das identidades sociais e historicamente consideradas marginais e vulneráveis, com o intuito de afirmar, dar visibilidade, questionar e problematizar poeticamente a política corporal no contexto social e cultural que atravessamos neste momento no Brasil.
Esta mostra artístico-cultural é um ponto de reflexão social sobre temas relacionados aos Direitos Humanos, Sexuais e Reprodutivos das pessoas LGBTI+ e seus desdobramentos lúdicos e políticos na contemporaneidade cultural. É com a Diversa Cultural, atividade comemorativa e de visibilidade, que são fomentadas as discussões sobre as diversidades e suas subjetividades intersecionais.
Confira a Programação completa da Parada LGBT de Floripa em 2022
Normalmente as paradas LGBT no mundo acontecem em Junho, devido ao marco de Stonewall que já comentamos. No entanto, como esse é o primeiro ano pós-pandêmico em que as Paradas estão voltando a acontecer, cada cidade escolheu a melhor época para fazer Acontecer.
Aqui em Florianópolis, nossa Parada do Orgulho está marcada para Setembro, pra gente já lotar a agenda de agosto com muitos eventos gostosos pré-parada e movimentar de forma diferente esse mês!
Atualizações estarão disponíveis no link: https://docs.google.com/document/d/1iggYF0k4-GYGa-KXnv5R0C1XpkRDFpd6HC6OpPeWkzs
20/Ago – Sábado 14h – LesGayBitNic – Abertura do mês do Orgulho LGBTI+
Local: Parque da Luz
Realização: Mães pela Diversidade, GAPA, Acontece Arte e Política LGBTI+
30/Ago – Terça-feira 20h – Lesbocenso. Violências, responsabilidades, políticas públicas e combate à lesbofobia.
Local: Bate-papo no instragram @mudiacoletivalesbicafloripa e @estrelaguia.sc
Realização: Mudiá Coletiva Lésbica Floripa, Estrela Guia
06/Set – Terça-feira 19h30 – Cinema Orgulho LGBTI+ Argentina e Brasil
Local: Teatro da Ubro – Centro – Floripa
Realização: Acontece Arte e Política LGBTI+, GAPA, Consulado Argentino
Sobre: O cine debate Orgulho LGBTI+ Argentina e Brasil tem objetivo fortalecer as trocas e os laços entre os dois países, ampliando o esforço internacional na promoção dos Direitos Humanos das pessoas LGBTI+. A arte cinematográfica é a linguagem escolhida para trazer ao centro do debate os processos artísticos, focando nas inovações e vanguardas na produção audiovisual da comunidade LGBTI+.
07/Set – Quarta-feira 19h – Bingo Drag Show
Local: Franz Cabaret – Centro – Floripa
Realização: BAPHO Cultural
Apoio: Franz Cabaré, Acontece Arte e Política LGBTI+.
Sobre: Para essa edição, os shows de Suzaninha, Piettra Beautty, Aline Paddle e Kandy Cooper vão encantar o público. Nesse mês de setembro, a ONG que será beneficiada com a venda das cartelas é a ACAM – Associação de Amigos da Casa da Criança e do Adolescente do Morro do Mocotó que desenvolve ações educativas e socioassistenciais a crianças e adolescentes em uma região empobrecida de Florianópolis.
09/Set – Sexta 20h – Kiki Ball Vote com Orgulho
Local: Bridge Music Club – Coqueiros – Floripa
Realização: Casa das Feiticeiras, Acontece Arte e Política LGBTI+, GAPA
Apoio: Festa do Gui, Bridge Music Club, Na Tela
Sobre: A eleição presidencial está em nosso horizonte próximo e para nos prepararmos para esse momento político, apresentamos a nossa Kiki Ball, uma forma de competição e confraternização da cultura Ball!
Com uma refinada seleção de categorias, trazemos o que há de mais Brasil-sil-sil em uma brincadeira despretensiosa sobre política e orgulho!
10/Set – Sábado 13h às 20h – Diversa Feira Cultural LGBTI+
Local: Escadaria Nossa Senhora do Rosário – Centro – Floripa
Realização: Acontece Arte e Política LGBTI+ e GAPA
Apoio: Prefeitura de Florianópolis, Conselho Municipal LGBT de Florianópolis, Consulado Argentino
Sobre: A Diversa – Feira Cultural LGBTI+ apresenta a produção criativa e artística de pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Intersexos e demais identidades de gênero e orientações sexuais não hegemônicas. A feira promove a cultura destas identidades com foco em sua afirmação, visibilidade e protagonismo social e político.
Na feira todas as Drags, Cantoras, Cantores e Artistas tem a oportunidade de mostrar sua arte e talento, e as primeiras colocadas se apresentam da Parada do Orgulho LGBTI+ Floripa.
11/Set – Domingo 11h – Parado do Orgulho LGBTI+ Floripa – Voto com Orgulho
Realização: Comissão Organizadora da Parada e Mês do Orgulho, Gandaia Cultural, GAPA – Grupo de Apoio à Prevenção da AIDS de Santa Catarina.
Apoio: Prefeitura de Florianópolis, @Na_Tela, Acontece Arte e Política LGBTI+, ADEH – Associação em Defesa dos Direitos Humanos, ROMA Instituto de Diversidade Sexual da Grande Florianópolis, Mães pela Diversidade, Comissão de Direito Homoafetivo e Gênero da OAB/SC, UNEGRO LGBT, Consulado Argentino.
Sobre: Estamos de volta, após dois anos sem poder levar nossas cores para as ruas, enfim vamos poder realizar a maravilhosa Parada do Orgulho LGBTI+ de Florianópolis 2022.
Estamos preparando um mês cheio de atividades, com a eventos que antecedem a Parada e estarão rolando até o grande dia.
A Parada deste ano tem como tema “Vote com orgulho”, para que possamos pensar politicamente quais os representantes queremos para a nossa população.
Venha com a gente participar desse evento em prol da diversidade e pelo fim da homofobia.
Com atrações artísticas e muita consciência política.
*A programação ainda pode ser alterada pelos organizadores.